A Pandemia do Covid-19 (Coronavírus), infelizmente, vai durar um tempo longo. E com o passar do tempo a tendência de crescimento de pessoas infectadas será inevitável.
Além de toda a cobertura que vem sendo dada pela mídia sobre os cuidados a serem tomados por todos, destacamos abaixo um texto publicado originalmente pela Aldeia de Caboclos para reforçar os cuidados que devemos ter com o Coronavírus na Umbanda, sobretudo nos dias de Giras e atendimentos.
O texto foi produzido por Maria Aparecida e Ronaldo Linares, diretores do Santuário Nacional de Umbanda, em Santo André (SP).
Estamos sempre voltados para os conhecimentos religiosos e a administração dos templos. E isso é muito bom e importante, afinal, sem uma boa administração e sem uma base filosófica e teológica sólida, nenhuma instituição religiosa cumprirá bem do seu papel de fazer caridade e ajudar ao próximo.
Contudo, não podemos descuidar de pequenos detalhes que interessam também a saúde pública associado aos nossos templos: os cuidados com a higiene e a limpeza.
O Coronavírus chegou na China no final do ano passado e já apavora a comunidade global com mais de 72 mil casos confirmados na China, tendo mais de 1.800 mortes pela doença. E já se espalha pelo mundo. No Brasil ainda há poucos casos confirmados, mas o sinal de alerta foi acionado.
Mas, o Coronavírus na Umbanda não é o único vilão da história por aqui.
Temos casos reais de problemas de saúde pública no Brasil: dengue, chikungunya, zica vírus, febre amarela, sífilis, gripe e sarampo são ameaças reais.
Epidemias fazem parte de uma triste realidade, sempre presente em diversos momentos da história. Estima-se que a peste bubônica, também chamada de peste negra (pelas manchas que deixaram no corpo), tenha devastado um terço da população da Europa no século XIV.
Esta foi a mais terrível, mas não foi a única. Há vários outros momentos históricos como no Império bizantino no ano de 542 d.C. pestes epidêmicas assolam a humanidade, que nestes períodos não possuíam a noção de higiene e nem os controles epidemiológicos que temos hoje.
E o Coronavírus na Umbanda? Como se previnir?
Devemos procurar ter uma postura ativa de combate a essas ameaças invisíveis. As ervas que geralmente são plantadas em nossos templos podem ter acúmulos de água nos pratinhos. Os quintais, as garagens e os depósitos precisam ser verificados periodicamente.
E como recebemos muitas pessoas para serem atendidas, incluindo pessoas doentes que buscam uma cura, todo cuidado com a higiene deve ser observado.
Lavar as mãos ao chegar no templo e principalmente antes e depois dos atendimentos.
Se o consulente apresenta sintomas de doenças físicas deve ser aconselhado a procurar também um médico. Afinal, a cura espiritual caminha junto com a medicina. Nem tudo é espiritual e é necessário ter cautela quando se trata de sintomas físicos.
Locais onde há acúmulo de pessoas devem ser sempre muito arejados, sobretudo, com o uso de defumadores e velas.
O atendimento às pessoas é uma oportunidade de diálogo também. Alguns templos têm o hábito de terem palestras e preleções antes das Giras. Então, que nestes diálogos busquemos a conscientização também destas questões de saúde. Afinal, a espiritualidade precisa de um corpo saudável também para atuar.
O compartilhamento de copos e talheres devem ser evitados. E cada um pode ser estimulado a levar seu próprio copo, diminuindo assim o consumo de descartáveis. A natureza agradecerá este ato.
Sabão ou sabonete líquido nos banheiros tornou-se obrigatório, assim como o álcool em gel disponível na entrada do templo e também para os médiuns higienizarem as mãos.
Se algum médium estiver gripado ou até mesmo com qualquer sintoma de doença infectocontagiosa deve comunicar ao seu dirigente. E nos parece prudente abster-se de atendimentos nestes dias.
Em tempos de tantos vírus, até mesmo o pedir a benção como ato respeitoso de beijar a mão deve ser avaliado.
Será que poderíamos pedir a benção sem o contato do lábio nas mãos, para evitar que muitas bocas beijem o mesmo local e evitemos contaminações?
Afinal, o respeito e a devoção estão muito mais no coração, não é mesmo?
Assim que a situação estiver normalizada, volta-se à prática de pedir a bênção beijando-se a mão do sacerdote (se esta for a tradição em sua Casa).
Em tempos de crise, atitudes adequadas e inteligentes são também atitudes espiritualizadas, pois são, antes de tudo, pensar no próximo e preocupar-se com a sociedade em que se vive.
E que o Coronavírus na Umbanda seja algo apenas preventivo, sem casos confirmados.
Ficou com dúvidas? Acesse AQUI a página do Ministério da Saúde com tudo sobre o vírus.
Texto Aldeia de Caboclos