Na Umbanda pura, sem mistura com Candomblé, Nações ou catolicismo, dia 02 de fevereiro é dia de Nosso Senhor do Bonfim – o padroeiro do Povo Baiano. Por este motivo, esta data ficou instituído, na Umbanda, como o dia de se homenagear a Linha dos Baianos.
O Baiano representa a força daquele que fica à margem da sociedade, o que sofreu e aprendeu na “escola da vida” e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande frequência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos últimos anos. Os baianos da Umbanda são pouco presentes na literatura umbandista. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em giras de Caboclos e Pretos-Velhos, sua fala é mais fácil de se entender que a fala dos caboclos. Conhecem de tudo um pouco, inclusive a Kiumbanda, por isso podem trabalhar desfazendo feitiços.
Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero “venha me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo”. Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o kiumba não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de “amarrá-lo” para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado.
Costumam dizer que se estão ali trabalhando é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão ali para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra. São amigos e gostam de conversar e contar casos, mas também sabem dar broncas quando vêem alguma coisa errada.
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé. Os trabalhos com a corrente dos Baianos trazem muita paz, passando perseverança para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.
A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças. Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes. Adoram trabalhar com outras entidades como Erês, Caboclos, Marinheiros, Exus, etc. São grande admiradores da disciplina e organização dos trabalhos. São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta, diferente de qualquer entidade.
Os Baianos não têm filhos de cabeça, pois são entidades auxiliares.
Cor | Laranjado |
Fio de Contas | Laranjado |
Ervas | Arruda, guiné, espada de São Jorge |
Símbolo | Cactus |
Pontos da Natureza | Campina |
Flores | De cactus |
Essências | Água de cheiro |
Pedras | Coralina |
Metal | Latão |
Saúde | Psíquica e emocional |
Planeta | Terra |
Dia da Semana | Segunda-feira |
Elemento | Terra |
Chacra | Umbilical |
Saudação | É da Bahia |
Bebida | Água de coco, cachaça, batida de coco |
Animal representativo | Galinha angolana |
Comidas | Coco, cocada, farofa com carne seca |
Número | 2 |
Data Comemorativa | 2 de Fevereiro |
Sincretismo | Nosso Senhor do Bonfim |